Plano de aula
Rita de Cássia Vasconcelos Língua
Portuguesa
Turma: 6º ano 01
Duração: 3 aulas
Tema: Projeto Memorial: A História da Língua Portuguesa no Brasil
Teatro de Fantoches
Justificativa: À
medida que a ciência e a tecnologia avançam; a sociedade, os ideais, os valores
e as linguagem mudam, e o distanciamento do passado torna-se inevitável.
Mas a desvalorização da história,
da memória cultural, das tradições, afasta o homem de suas raízes e da
“realidade objetiva”.
Isso impossibilita-o de compreender
como e porque se dão as transformações econômicas, políticas, sociais,
linguísticas e culturais, porque ele não entende, não conhece a origem dessas
transformações. Dessa forma, o homem se torna presa fácil de manipulação e
dominação.
Pensando nisso, o projeto Memorial
do Brasil, realizado pela Escola Estadual Coronel Oscar Prados, tem como
objetivo resgatar, valorizar e preservar a memória do país, entendendo-a como
elemento fundamental na formação da identidade cultural individual e coletiva,
na instituição de tradições e no registro de experiências significativas
Objetivos:
·
Valorizar
e preservar a memória do Brasil.
·
Conhecer
um pouco sobre a história da formação da língua portuguesa no Brasil atentando
para as transformações sofridas graças à influência de diferentes povos e
diferentes eventos históricos.
·
Valorizar
as variedades do português brasileiro como elemento de identidade cultural.
·
Mostrar
uma atitude crítica e não preconceituosa em relação ao uso de variedades
linguísticas e estilísticas.
· Entender que é preciso saber avaliar e adequar o uso de variedades linguísticas e
estilísticas considerando a situação comunicativa.
·
Trabalhar
a leitura e a autoestima dos alunos.
Recursos:
·
Fantoches
de papel criados pelos alunos com ajuda da professora.
·
“Palco
de fantoches” criado pela professora.
·
Câmera
digital para filmagem.
Avaliação:
·
Participação
dos alunos durante a realização do trabalho de confecção dos fantoches e
filmagem do teatro.
·
Correção
do questionário sobre o conteúdo do teatro.
Práticas:
Criar uma apresentação filmada de teatro
de fantoches fazendo uma viagem pela história da língua portuguesa no Brasil,
ressaltando as transformações sofridas ao longo dos tempos que tornaram nosso
idioma tão rico e diverso.
Para isso os alunos irão confeccionar, com a ajuda da
professora, fantoches de papel para serem os personagens do teatro.
Em seguida, um grupo de alunos irá receber o conteúdo que
deverá ler durante a filmagem do teatro para treinarem a leitura em casa.
A professora irá gravar o áudio dos alunos fazendo a
leitura do conteúdo do teatro e, separadamente, filmará os fantoches
interagindo no “palco”. Posteriormente fará a edição do vídeo encaixando o
áudio da leitura nas imagens filmadas, acrescentando, ainda, alguns efeitos
visuais.
No final os alunos irão assistir ao vídeo para responderem
a um questionário.
A professora irá disponibilizar alguns DVD’s com o vídeo
produzido para que os alunos possam levar para casa e mostrar para os pais.
Conteúdo do vídeo
Entre
os bens que constituem o patrimônio de uma nação está a língua, que permite a
construção, manifestação e a divulgação dos conhecimentos, dos valores, dos
ideais e da cultura.
Como
forma de valorizar a nossa língua, vamos conhecer agora um pouco sobre sua
história e as características que a tornam especial.
2. Nome: Português
Quando
os portugueses chegaram ao Brasil buscando riquezas que pudessem render muitos
lucros, vieram também os padres jesuítas que buscavam expandir a fé católica.
3. Nome: Jesuíta
Mas
para catequizar os índios, nós, os jesuítas, tivemos que aprender as línguas
indígenas e ensinar o português para as tribos. Nós fizemos isso através do
teatro e da música.
No
entanto, durante muito tempo, o que se falava no Brasil não era o português,
mas sim uma língua artificial, criada pelos jesuítas a partir do idioma
tupinambá e misturando regras gramaticais do português. Essa língua era chamada
de Nhengatu.
4. Nome: Rei de Portugal
Até
que em 1757, a
utilização das línguas indígenas foi proibida por mim, Dom João I, rei de
Portugal, pois queria garantir mais força política na colônia. Uma das
primeiras medidas que adotei foi obrigar o ensino da Língua Portuguesa aos
índios. Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o português fixou-se
definitivamente como o idioma do Brasil.
5. Nome: Índia
Apesar
dos portugueses imporem aos índios sua cultura, sua religião e sua língua,
nossa nação também deixou suas marcas na culinária e também no idioma. Algumas
palavras da língua portuguesa que têm origem indígena são: Arara, caju,
guaraná, Paraná, açaí, muriçoca, carioca, pitanga, abacaxi, mandioca, tatu,
piranha,
gambá, pipoca, Abaeté, caipira, canjica, cipó, canoa, Uberaba, Indaiá, paçoca,
Paranaíba, sabiá, samambaia, sucuri, traíra, tucano e urubu.
6. Nome: Negro
Com
o fluxo de escravos trazidos da África, a língua falada na colônia recebeu
novas contribuições. A influência africana no português do Brasil está presente
em palavras como: bagunça, batucar, bunda, cachaça, cachimbo, caçula, cafuné,
calango, candomblé, carimbo, catinga, chimpanzé, cochilar, fubá, jiló, macumba,
marimbondo, minhoca, moleque, quiabo, quilombo, acarajé, angu e capoeira.
7. Nome: Imigrante
Após
a independência em 1822, o português falado no Brasil sofreu influências de
imigrantes europeus que se instalaram no sudeste e sul do país. Isso explica
certas diferenças de sotaques, e a presença de palavras e expressões distintas
em cada região do Brasil. A língua mudou de acordo com o fluxo migratório que
cada lugar recebeu.
Além
disso, a presença de estrangeiros no Brasil deixou certas marcas no nosso
idioma como, por exemplo:
·
Do italiano:
muçarela, calabresa, espaguete, pizza, parmesão.
·
Do francês:
batom, buquê, boate, filé, toalete, bibelô, butique, balé.
·
Do ingles: xampu, basquetebol, bife, pôster, shopping,
remix, show.
8. Nome: Senhora antiga
O
tempo também provocou mudanças na língua portuguesa. Antes de 1943, quando a
Academia Brasileira de Letras aprovou o Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa para tornar o idioma oficial do Brasil mais próximo do de Portugal,
algumas palavras tinham uma escrita bem diferente da que conhecemos hoje. Veja
alguns exemplos: Aquição, alfabeto, farmacia, alúmino, assucar, beleza,
química, Collecção, commercio, creança, differente, egreja, siguinal, tesouro,
Goyaz, Piauhy, Minas Geraes, Egypto, e até o nome do nosso país já foi escrito
com z: Brazil.
9. Nome: Jovem Guarda
Por
volta de 1960 surgiu no Brasil um movimento cultural que mesclava música, moda
e comportamento chamado Jovem Guarda. Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderlea
e vários outros artistas desse movimento influenciaram uma geração,
interferindo até no seu modo de falar. Os adeptos desse movimento criaram
várias gírias, como:
·
Estouro: algo
muito bom, o máximo.
·
Papo-firme:
pessoa interessante.
·
Calhambeque:
carro velho.
·
O tal: pessoa de
destaque.
·
Tremendão: rapaz
bonito que faz sucesso com as garotas.
·
Pão: homem
bonito.
·
Brôto legal:
garota bonita.
·
Barra limpa: tudo
em ordem.
·
Uma brasa: muito
legal, ótimo.
·
Mora: saca?,
entende?
10. Nome: Brasileirinha
A
língua falada no Brasil é sempre a mesma, no entanto, todos nós somos capazes
de ver quando uma pessoa vem de uma região diferente da nossa. A maneira de
pronunciar as palavras muda e, às vezes, até as próprias palavras mudam. Veja
alguns exemplos:
· Mandioca,
macaxeira e aipim são sinônimos.
·
Mexerica, no sul,
é conhecida como bergamota ou mimosa.
·
Pão de sal, em São Paulo é pão francês
e no sul é cacetinho.
·
Semáforo pode ser
sinal ou sinaleira.
·
Chupe-chupe
também pode ser sacolé, dindim, chope ou geladinho.
·
Salsicha, no
Paraná é vina.
Veja
agora algumas gírias e outras expressões usadas em diferentes regiões do
Brasil.
11.Rio Grande do Sul:
· Tri: Bastante.
· Eita Bigorna!: Meu Deus!
· Negrinho: brigadeiro.
· Guri: menino
· Charlar: conversar.
12. Paraná
· Coxa: é o clube de futebol Coritiba.
· Galinha de porão: quem não toma sol.
· Pão com vina: cachorro-quente.
· Piá: garoto, menino.
· Penal: estojo para lápis.
13. Piauí
·
Fazer
munganga: fazer bagunça.
·
Passar
por riba: passar por cima.
·
Ficar
bestano: ficar à toa.
·
Mangar:
tirar onda, caçoar, zoar.
·
Caçar
conversa: procurar briga.
·
Fulerage:
molecagem.
15. Rio grande do Norte
·
Bichinho:
bonito.
·
Migué:
paquera.
·
Batoré:
homem baixinho e fortinho.
·
Quengo:
cabeça.
·
Arrochar:
agarrar.
·
Boyzinha:
menina novinha.
·
Dar um L: dar um
bolo, furar um compromisso.
14. Região Norte
· Égua: nossa! Caramba!
· Pai dégua: ótimo, muito bom.
· Cabôco: cafona, brega.
· Bombom: bala.
· Pomba lesa: desligado, bôbo.
· Selou: está confirmado.
16. Rio de Janeiro:
· Bolado - Preocupado
· Irado - Muito legal
· Lek - Abreviação de moleque
· Night - Festa, boate
· Filé: Garota ou mulher bonita
· De bob - Estar de bobeira, disponível
· Maluco: Cara, sujeito, indivíduo.
· Bonde: Galera, turma, grupo.
17. São Paulo
· Bagulho: objeto qualquer.
· Demorô: é pra já.
· Firmeza: tudo bem, ok.
· Fita: acontecimento, compromisso.
· Mano: irmão, amigo.
· Tá ligado?: sabe?, entende?.
· Truta: amigo.
· Salve: oi, cumprimento.
· Trampo: Trabalho.
18. Minas Gerais:
· Nu: nossa!, espanto, admiração.
· Ocê: você.
· Uai: mesmo que “ué”.
· Trem: coisa.
· Bão: bom.
· Rachar de rir: rir muito.
· Pelejar: se esforçar.
·
Pé de
galo: chato.
·
Trupicar:
tropeçar.
·
Dar
conta: conseguir.
·
Arredar:
se afastar.
·
Terreiro:
quintal.
19. Nome: Nerd
O desenvolvimento tecnológico e as novas práticas e necessidades
da sociedade também provocam mudanças no idioma. Recentemente foram adicionadas
nos dicionários palavras como: e-book, fotolog, tablet, tuitar, blogar,
bandeide, bullying, blue tooth, ecoturismo, mix, nerd, mochileiro, pet shop e
ricardão.
20. Nome: Professora 2
Nós
sempre achamos que a Língua Portuguesa é somente aquela que encontramos em
livros escolares e gramáticas.
Mas a língua presente nas gramáticas é apenas umas das
variações linguísticas existentes e foi feita para a finalidade do ensino e
para ser usada em situações formais.
Nenhuma
pessoa utiliza exatamente aquela língua em todas as situações de sua vida, cada
um varia a linguagem de acordo com o seu interlocutor,
com seu objetivo, com sua posição social, com o assunto, etc.
21. Nome: Aluna
O
importante é entender que precisamos saber escolher a variação linguística mais
adequada de acordo com a situação. Só que para isso é necessário conhecer
também a variedade padrão da língua portuguesa para sermos capazes de interagir
em situações mais formais. Além disso, é preciso saber valorizar e respeitar as
diferentes formas com que as pessoas se expressam.
Questionário
1. Qual
é o objetivo desse teatro de fantoches?
2. Qual
era o nome do idioma artificial, criado pelos jesuítas, e falado no Brasil na
época do descobrimento?
3. Que
povos influenciaram a formação do idioma falado no Brasil?
4. Quando
o Português se tornou o idioma oficial do Brasil?
5. Dê
5 exemplos de palavras da língua portuguesa que foram herdadas:
- Dos idiomas indígenas:
- Dos idiomas africanos:
- De estrangeiros:
6. Dê
5 exemplos de palavras que já foram escritas de forma bem diferente da atual.
7. Dê
3 exemplos de gírias que surgiram na época da Jovem Guarda.
8. Dê
2 exemplos de palavras diferentes que representam a mesma coisa em regiões
diferentes do Brasil.
9. Dê
2 exemplos e explique o significado de expressões típicas usadas nas regiões a
seguir:
- Rio Grande do Sul:
- Paraná:
- Piauí:
- Região Norte:
- Rio Grande do Norte:
- Rio de Janeiro:
- São Paulo:
- Minas Gerais:
10. Dê 3
exemplos de palavras que entraram recentemente nos dicionários do Brasil.
11. Só existe
um jeito de usar a linguagem ou ela varia? Justifique.
12. Como a
pessoa vai saber se deve usar essa ou aquela variação da língua Portuguesa?
13. Por
que é importante conhecer a variedade padrão da língua portuguesa?
14. É
correto discriminar as pessoas por causa da forma com que elas se expressam?
Justifique.
Olá Rita
ResponderExcluir'Andando' pelos blogs de educação, encontrei o seu que pelo primeiro post já me trouxa muitas informações, adorei seu trabalho, teu capricho com os post's, estou te seguindo para acompanhar suas postagens!
Ah, tenho um blog de educação também, fique a vontade para me visitar também!
Beijo.
Diário de Jardineira