Escrevi
este texto pensando nas minhas alunas. Em como a vida delas poderia ter menos
aborrecimentos, para não falar sofrimentos, se elas aprendessem desde cedo a
escolher melhor com quem se relacionar.
Em se tratando
de cafajestes,
mulheres são otárias desde cedo
As
mulheres vivem reclamando que os homens não prestam, que são todos iguais, que
são todos cafajestes, que só querem se aproveitar delas, e blá-blá-blá.
Mas desde
os tempos de escola as mulheres têm tendência a serem otárias.
Por
exemplo, numa turma de escola há dois meninos:
O garoto
número 1 é um menino de família, que costuma ir à igreja, respeita a professora
e os colegas, é discreto, fala sem gritar, tira boas notas, gosta de ler, se
interessa por assuntos não-fúteis e se veste de maneira sóbria (fora das
“modinhas”).
O número
2 tem família, mas o pai chega à escola e fala que “não dá conta dele”. A
igreja dele é a do “São Brahma” e da “Santa Canjibrina”. A professora é uma
chata e os colegas uns otários (menos as garotinhas aspirantes a petisco dele e
os manos vida-loka). Ele é discreto igual a um carro alegórico, cheio de
figuras no corpo, calça colorida, brincos e o que mais couber entre o boné de
aba reta e o tênis fluorescente. Até quando cochicha, grita; e para não ser
exagerada, 69,3% das coisas ditas estão entre gírias e palavrões. Tirar nota
ruim é questão de honra para ele. Livro? O que é isso? Se interessa mesmo é por
assuntos interessantíssimo do tipo sexo, futebol, festas, diversão, sexo,
mulheres, festas, vídeo game, ele mesmo, sexo... já falei festa?
Diante
desses dois estereótipos, os olhares das meninas são magneticamente atraídos
para o garoto número 2. Nesse contexto, o número 1 tem três opções: ser o amiguinho-irmão que
faz o trabalho e põe o nome da menina e finge ser o que não é para tentar se
aproximar dela, ou pelo menos, se sentir parte do grupo. Continuar sendo
exatamente como é, mas ainda assim tentar uma amizade com a garota, correndo o
risco de ser chamado de gay, afinal: se andam juntos e ele não “pegou” ou está
“pegando” é porque é gay. Ou assumir sua
personalidade sem se importar com o que os outros pensam, e ser chamado de nerd
esquisito.
Quanto ao
garoto número 2, como costumam haver muitas otariasinhas, _ ops_ menininhas
atrás dele, ele acha que é o Sol, o centro do universo, e passa a tratar a
garota da vez como uma coisa descartável. Se ela não estiver do agrado dele, se
não corresponder às suas expectativas, e quando falo em expectativas quero
dizer “liberar a caverninha”, ele faz a fila andar.
Mas o que
as meninas podem fazer, se ao ver o garoto número 2 já sentem um fogo na
bacurinha?
Bom...
Elas poderiam lutar para controlar seus instintos de otária, de forma que o
garoto número 2 seja o seu primeiro cafajeste (por que todas nós temos um em
algum momento da vida), mas também o ÚLTIMO, e não fazer desse dedo podre um
padrão para a vida inteira.
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