sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Artigo de opinião: Lição de hoje: "Mulheres vítimas da cafajestagem masculina: reflexão sobre a origem do problema" - Rita Vasconcelos



Escrevi este texto pensando nas minhas alunas. Em como a vida delas poderia ter menos aborrecimentos, para não falar sofrimentos, se elas aprendessem desde cedo a escolher melhor com quem se relacionar.


Em se tratando de cafajestes, 
mulheres são otárias desde cedo


            As mulheres vivem reclamando que os homens não prestam, que são todos iguais, que são todos cafajestes, que só querem se aproveitar delas, e blá-blá-blá.
          Mas desde os tempos de escola as mulheres têm tendência a serem otárias.
           Por exemplo, numa turma de escola há dois meninos: 

          O garoto número 1 é um menino de família, que costuma ir à igreja, respeita a professora e os colegas, é discreto, fala sem gritar, tira boas notas, gosta de ler, se interessa por assuntos não-fúteis e se veste de maneira sóbria (fora das “modinhas”). 
          O número 2 tem família, mas o pai chega à escola e fala que “não dá conta dele”. A igreja dele é a do “São Brahma” e da “Santa Canjibrina”. A professora é uma chata e os colegas uns otários (menos as garotinhas aspirantes a petisco dele e os manos vida-loka). Ele é discreto igual a um carro alegórico, cheio de figuras no corpo, calça colorida, brincos e o que mais couber entre o boné de aba reta e o tênis fluorescente. Até quando cochicha, grita; e para não ser exagerada, 69,3% das coisas ditas estão entre gírias e palavrões. Tirar nota ruim é questão de honra para ele. Livro? O que é isso? Se interessa mesmo é por assuntos interessantíssimo do tipo sexo, futebol, festas, diversão, sexo, mulheres, festas, vídeo game, ele mesmo, sexo... já falei festa?
             Diante desses dois estereótipos, os olhares das meninas são magneticamente atraídos para o garoto número 2. Nesse contexto, o número 1 tem três opções: ser o amiguinho-irmão que faz o trabalho e põe o nome da menina e finge ser o que não é para tentar se aproximar dela, ou pelo menos, se sentir parte do grupo. Continuar sendo exatamente como é, mas ainda assim tentar uma amizade com a garota, correndo o risco de ser chamado de gay, afinal: se andam juntos e ele não “pegou” ou está “pegando” é porque é gay.  Ou assumir sua personalidade sem se importar com o que os outros pensam, e ser chamado de nerd esquisito.
              Quanto ao garoto número 2, como costumam haver muitas otariasinhas, _ ops_ menininhas atrás dele, ele acha que é o Sol, o centro do universo, e passa a tratar a garota da vez como uma coisa descartável. Se ela não estiver do agrado dele, se não corresponder às suas expectativas, e quando falo em expectativas quero dizer “liberar a caverninha”, ele faz a fila andar.
          Mas o que as meninas podem fazer, se ao ver o garoto número 2 já sentem um fogo na bacurinha?
               Bom... Elas poderiam lutar para controlar seus instintos de otária, de forma que o garoto número 2 seja o seu primeiro cafajeste (por que todas nós temos um em algum momento da vida), mas também o ÚLTIMO, e não fazer desse dedo podre um padrão para a vida inteira.

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