Boa
tarde a todos.
Sejam
bem vindos ao primeiro Sarau de Primavera da Escola Oscar Prados, realizado
pelos alunos do 7º ano 13.
Outubro
é mês de primavera, época em que a natureza se veste com seu mais lindo véu de
flores. O vermelho das rosas, o azul do céu, o verde dos campos, o amarelo dos
ipês, todas as cores parecem estar mais vivas.
A vida parece mais viva e se enche de poesia.
Poesia...
Como disse a escritora britânica Mary Shelley: "A poesia imortaliza tudo o
que há de melhor e de mais belo no mundo." E a beleza pode estar nas
coisas mais simples da vida, como um doce.
Os alunos: Carlos
Eduardo, Laura, Anny, Daniela, Marinara, Danielly Santana e Fernanda de Souza,
apresentam agora o poema “O doce”, de Carlos Drummond de Andrade.
O Doce
Carlos Drummond de Andrade
A boca aberta para o doce
já prelibando a gostosura,
e o doce cai no chão de areia, droga!
Olhar em redor. Os outros viram.
Logo aquele doce cobiçado
a semana inteira, e pago do seu bolso!
Irá deixá-lo ali, só porque os outros
estão presentes, vigilantes?
A mão se inclina, pega o doce,
limpa-o de toda areia e mácula do chão.
"Se fosse em casa eu não pegava não,
mas aqui no colégio, que faz mal?"
“Todo
homem é poeta quando está apaixonado”, segundo o filósofo Platão. E
provavelmente era nesse estado de espírito que se encontrava Drummond quando
escreveu o poema “Quero me casar”, apresentado agora pelas alunas: Maria
Eduarda, Ana Karolina, Fernanda Cristina e Gabriela Jullia.
Quero me Casar
Carlos Drummond de Andrade
Quero me casar
na noite na rua
no mar ou no céu
quero me casar.
Procuro uma noiva
loura morena
preta ou azul
uma noiva verde
uma noiva no ar
como um passarinho.
Depressa, que o amor
não pode esperar!
na noite na rua
no mar ou no céu
quero me casar.
Procuro uma noiva
loura morena
preta ou azul
uma noiva verde
uma noiva no ar
como um passarinho.
Depressa, que o amor
não pode esperar!
"O que distingue um grande poeta é o
fato dele nos dizer algo que ninguém ainda disse, mas que não é novo para
nós.", (José Ortega y Gasset – filósofo espanhol). E ao fazer isso, sua
poesia nos leva a refletir. Vamos refletir juntos sobre o poema “Meio-fio”, do
poeta Chacal, apresentado agora pelos alunos: Rafael, Leonardo, Lucas, Edilson,
Eric, Henrique e Andrey.
Meio-fio
Chacal
Tem um fio de queijo
entre eu e o misto quente
recém-mordido
Tem um fio de goma
entre o chiclete e eu
recém-mascado
Tem um fio de vida
entre eu e teu corpo
recém-amado
Tem um fio de carne
entre teu corpo e teu filho
recém-nascido
Tem um fio de saudade
entre eu e você
recém-passado
Tem um fio de sangue
entre a razão e eu
recém-partido
Tem um fio de luz
entre eu e mim
recém-chegado
“A poesia
não é nem pode ser lógica. A raiz da poesia assenta precisamente no absurdo”, José
Hidalgo. Lhes parece absurdo a
Lua ir ao cinema? Pois ela foi. É o que nos conta o poema de Paulo Leminsk,
apresentado pelos alunos: Álvaro, Natalia, Geovanna, Altamira e Ariane.
A lua foi ao cinema
Paulo Leminsk
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava para ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
ninguém olhava para ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
- Amanheça, por favor!
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
- Amanheça, por favor!
Primavera é a estação
das cores, e o branco é a junção de todas elas. Vamos conhecer a beleza e o
encantamento da “Dama de branco”, poema apresentado agora pelas alunas:
Danielly Cristina, Ana Julia e Isabelle.
Dama de Branco
Hirasawa Riku
Dançando serenamente
Estou contente observando
Minh’alma, feliz, cantando
Sempre assim, tão suavemente
Estou contente observando
Minh’alma, feliz, cantando
Sempre assim, tão suavemente
A canção é intensa, tão bela
Com este brilho tão intenso
Incomparável incenso
A mais valiosa das pérolas
Com este brilho tão intenso
Incomparável incenso
A mais valiosa das pérolas
A mais doce serenata
Na mais perfeita harmonia
Sempre precisa poesia
Ao som de uma doce flauta
Na mais perfeita harmonia
Sempre precisa poesia
Ao som de uma doce flauta
Soando por todo o salão
Anjos dançam em alegria
Aqui reside a magia
Aqui nada é, jamais, em vão
Anjos dançam em alegria
Aqui reside a magia
Aqui nada é, jamais, em vão
Enquanto ressoa este arpejo
Tal doce e belo cortejo
A linda dama de branco
É meu eterno e singelo anjo
Tal doce e belo cortejo
A linda dama de branco
É meu eterno e singelo anjo
E para encerrar nosso Sarau,
lembrando que outubro também é o mês do Halloween, vamos conhecer o sombrio e
vampiresco poema “Cruzes e espadas”, apresentado pelos alunos: Emilly, Ana
Livia, Raquel, Nayara, Luiz Phellip e Ítalo.
Cruzes e Espada
Estou numa noite fria, noite negra,
sei que preciso me alimentar,
e enquanto caço, e ouço os gritos,
tento beber sem nunca pensar
sei que preciso me alimentar,
e enquanto caço, e ouço os gritos,
tento beber sem nunca pensar
Pesadelos enquanto durmo,
com as pessoas que já matei,
em nome de minha fome, o sangue.
Parar? Não acham que eu já não tentei?
com as pessoas que já matei,
em nome de minha fome, o sangue.
Parar? Não acham que eu já não tentei?
Cruzes e espadas, esperando para nos matar,
em nome de um Deus Hebreu, que morreu para nos salvar,
não sei se choro, não sei se grito,
eu já não sei no que acredito,
apenas fico aqui esperando,
imerso nessa escuridão.
em nome de um Deus Hebreu, que morreu para nos salvar,
não sei se choro, não sei se grito,
eu já não sei no que acredito,
apenas fico aqui esperando,
imerso nessa escuridão.
E eu espreitando, nessa noite escura,
que quanto mais fria, mais perdura,
esperando nessa terra insana,
caçando de noite como um animal,
esperando o fim dessa guerra,
que perdura entre o bem e o mal.
que quanto mais fria, mais perdura,
esperando nessa terra insana,
caçando de noite como um animal,
esperando o fim dessa guerra,
que perdura entre o bem e o mal.
Estou, numa noite fria, noite negra,
um manto que por mais que sujo,
ele me aconchega,
pois sou o filho das trevas,
e ela é uma mãe que não me renega.
um manto que por mais que sujo,
ele me aconchega,
pois sou o filho das trevas,
e ela é uma mãe que não me renega.
Lutando em meio desta não- vida,
esperando alguém para me salvar,
talvez a cruz e a espada,
possam com minha dor acabar.
esperando alguém para me salvar,
talvez a cruz e a espada,
possam com minha dor acabar.
Amaldiçoo minha existência,
maldita minha vida Imortal,
não, não peço a sua clemência,
maldita minha vida Imortal,
não, não peço a sua clemência,
apenas aguardo-a até o final.
Obrigada a todos por
terem nos prestigiado e parabéns aos alunos pela ótima apresentação.
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