Professor, Amigo e
Professor-amigo
Existem três tipos de
educadores. O primeiro é o “Professor”. Aquele cujo objetivo é somente
ensinar o conteúdo ao aluno procurando manter-se distante emocionalmente,
evitando criar laços de amizade com os alunos, pois acredita que isso pode
afetar a relação hierárquica dentro da sala de aula e prejudicar o controle da
disciplina. Com o “Professor” o aluno não tem liberdade para interagir de
outras maneiras que não estejam especificamente ligadas à apreensão do conteúdo.
O segundo é o “Amigo”.
Aquele que desde o primeiro contato busca se tornar próximo, íntimo do aluno. Seu
objetivo também é, evidentemente, ensinar o conteúdo, mas faz questão de ser “popular”.
Ele se recente quando algum aluno diz que não gosta dele, e, por vezes, fica
refém dessa relação, pois evita ser mais enérgico para não perder pontos com os
alunos.
O terceiro é o “Professor-amigo”. Esse é o educador que não
busca só ensinar o conteúdo ao aluno, nem faz questão de ser popular. Ele é, na
verdade, um mediador no processo de construção do conhecimento e usa a
conquista da afetividade dos alunos como uma ferramenta para tornar esse
processo menos árduo. Através de uma relação próxima, que envolve respeito,
confiança e amizade, o “Professor-amigo” faz com que os alunos pouco a pouco se
tornem mais receptivos, motivados, interessados.
No entanto, essa amizade não é o
ponto central do trabalho, é apenas um caminho. O “Professor-amigo” não hesita
em exercer a sua autoridade para resolver uma situação problema, ou para
orientar um aluno, só para não prejudicar a relação entre eles.
O “Professor-amigo” tem como
compromisso colocar-se no lugar do aluno, tentar pensar como ele, entender seus
conflitos, conhecer os seus gostos, tudo isso para planejar aulas que realmente
sejam significativas para o aprendiz. Ele não tem medo de fugir do lugar comum,
do normal-prático-fácil e reestruturar os programas, projetos e planos para
atender ao que a turma realmente necessita.
O “Professor-amigo” não tem
vergonha de dizer que errou e pedir desculpas. E por isso é capaz de
compreender os erros dos alunos e orientá-los para que aprendam com eles.
Quando alguém pergunta “Qual foi
o melhor professor que você já teve?”, dificilmente um aluno irá se lembrar
daquele “extressadão”, enérgico, carrasco, mas que explicava super bem. Tampouco
irá citar aquele “amigão da galera” que deixava a turma livre, “de boa”, mas
sempre chamava o diretor quando a chapa esquentava.
Muito provavelmente, o
professor, ou os professores lembrados serão aqueles que sabiam dosar o carinho
e o pulso firme; que explicavam a matéria bem, mas também procuravam extrapolar
as velhas fórmulas para desafiar a si e aos alunos; e que não tinham medo de se
aproximar afetivamente deles e se tornarem “Professores-amigos”.
Achei o texto fantástico! Parabéns!
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